Ao meu amo, ofereço minha oração: dá-me comida e cuida   de mim, e quando a jornada terminar – dá-me abrigo, uma cama limpa e seca e   uma baia ampla para descansar em conforto.
Fala comigo – tua voz muitas vezes significa para mim o   mesmo que as rédeas.
Afaga-me, as vezes, para que te possa servir com mais   alegria e aprenda a te amar.
Não maltrates a minha boca com freio e não me faças   correr ao subir um morro.
Nunca – eu te suplica – me agridas ou me espanque   quando não entender o que queres de mim, mas dá-me uma oportunidade de te   compreender.
E, quando não for obediente ao teu comando, vê se algo   não está correto nos meus arreios, ou maltratando meus pés.
E, finalmente, quando a minha utilidade se acabar, não   me deixes morrer de frio ou à míngua nem me vendas para alguém cruel para ser   lentamente torturado ou morrer de fome.
Mas, bondosamente, meu amo, sacrifica-me tu mesmo e teu   Deus te recompensará para sempre.
Não me julgues irreverente se te peço isto, em nome   d’Aquele que também nasceu num estábulo.
Traduzido por: Heraldo de Araujo Pessoa
Fonte: ABQM Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de   Milha